A Petrobras anunciou bons resultados nos últimos três meses de 2020, com a receita líquida atingindo a marca de R$ 74,97 bilhões, aumento de 6% em relação ao terceiro trimestre. No acumulado do ano, o valor chegou a R$ 272,07 bilhões, vindo em linha com o esperado pelo mercado.
Enquanto isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 47,04 bilhões no quarto trimestre, totalizando R$ 142,97 bilhões em 2020. Com isso, o resultado veio acima da média das expectativas, que era de R$ 113,3 bilhões entre janeiro e dezembro do ano passado.
Esse bom desempenho reflete os recordes na produção de óleo e gás em 2020 e os resultados dos cortes de custos e despesas.
O seu resultado final veio bem acima das projeções, revertendo o prejuízo de R$ 1,54 bilhão do 4º trimestre de 2019 para lucro líquido de R$ 59,89 bilhões entre outubro e dezembro de 2020. A melhora dos números se deveu à reversão de impairment (deterioração de ativos na contabilidade), dos ganhos cambiais e da reversão de gastos passados do plano AMS, decorrente da revisão de obrigações futuras.
No ano, o lucro foi de R$ 7,1 bilhões. Os efeitos não recorrentes, como a reversão do impacto da baixa contábil de R$ 65,3 bilhões reportada no primeiro trimestre devido à perda no valor de ativos e investimentos, também acabaram contribuindo com essa melhora.
O lucro líquido ficou acima das projeções de mercado da Refinitiv, que esperava por um prejuízo de R$ 53,3 bilhões no ano. No entanto, mesmo mostrando números positivos, o resultado final da companhia em 2020 apresentou queda de 82% em relação a 2019.
Outro ponto bastante positivo no resultado foi a redução de sua alavancagem. A companhia reduziu bastante a sua dívida líquida, para US$ 63,2 bilhões no fim de 2020, o que representa uma queda de US$ 15,7 bilhões em relação à posição de 2019.
Além do resultado, a Petrobras anunciou que irá distribuir dividendos aos acionistas, no valor de R$ 10,3 bilhões, relativos ao resultado do ano passado. E também anunciou a venda da totalidade de sua participação em nove campos terrestres de exploração e produção na Bahia, por US$ 220,1 milhões.
O polo negociado, denominado Miranga, compreende os campos terrestres de Miranga, Fazenda Onça, Riacho São Pedro, Jacuípe, Rio Pipiri, Biriba, Miranga Norte, Apraiús e Sussuarana, nos quais as Petrobras é operadora com 100% de participação.
Vale destacar que esse será o último relatório de resultado da gestão de Roberto Castello Branco no cargo de CEO da estatal, que será substituído pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna, nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, após o seu descontentamento com o reajuste aplicado.
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