O diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, alertou que o consumo global por petróleo não atingiu o pico, jogando um balde de água fria na esperança de que a pandemia do novo coronavírus reduza a demanda e as emissões geradas pela mudança climática.
“Na ausência de políticas governamentais fortes, uma recuperação econômica sustentada e baixos preços do petróleo devem levar a demanda global de petróleo de volta para onde estava e além”, disse o executivo à Bloomberg.
Em 2019, a demanda mundial pela commodity somou quase 100 milhões de barris por dia. Segundo a agência, alguns especialistas do setor de energia acreditam que o volume pode marcar o pico do consumo global.
A hipótese levantada por eles é que o surto de covid-19 vai desencadear mudanças no comportamento humano, como o trabalho remoto generalizado e menos viagens ao exterior, o que deve reduzir, assim, o consumo permanentemente.
Outro ponto ressaltado pela Bloomberg é que, se o pico for esse, isso teria grandes implicações para a mudança climática, uma vez que a queima de menos petróleo diminuiria emissões de gases poluentes.
Contudo, Birol disse à agência que alertou governos que o novo coronavírus só reduzirá brevemente a demanda por petróleo. Segundo ele, o consumo deve cair em 2020 para 91 milhões de barris por dia e se recuperar no ano que vem.
“Mudanças comportamentais em resposta à pandemia são visíveis, mas nem todas são negativas para o uso de petróleo. As pessoas estão trabalhando mais em casa, mas, quando de fato viajam, é mais provável que estejam em carros do que em transporte público”, disse Birol à Bloomberg News de Paris.
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