Todos os brasileiros são direta ou indiretamente afetados pela inflação, desde quem faz compras no supermercado, até aquele que aluga um imóvel. A única diferença é que para cada tipo de consumidor, existe um indicador diferente a ser utilizado.
O que é a Inflação?
Para economistas, a definição de inflação é “uma liquidez muito alta em circulação na economia que aumenta o nível dos preços dos bens. Ou seja, é a média do crescimento dos preços de um conjunto de bens e serviços em um determinado período”.
Em outras palavras, a inflação é a variação dos preços no mercado. Quando notamos que o preço de um determinado produto cresceu em comparação ao mês passado, esse produto sofreu uma elevação na taxa de inflação, se por exemplo o consumidor ter que tirar mais dinheiro do bolso para pagar o arroz, o índice que ele deverá compor é o IPC (Índice de Preço ao Consumidor), cuja descrição veremos logo a seguir.
Como a inflação é medida?
A inflação é medida com base em índices, como IPCA por exemplo, que ponderam preços de bens e serviços mais importantes para a população, medindo o crescimento desses preços.
A pesquisa e composição de cada índice é feita pelo IBGE e FGV. Para o IPC, trabalham cerca de 260 pesquisadores do IBGE que, em trabalho mensal, visitam os mesmos estabelecimentos para coletar os preços e verificar se os produtos e serviços sofreram alterações, mensalmente 22,5 mil produtos são pesquisados.
Por que existem diferentes tipos de índices?
Cada índice mostra uma realidade “diferente” dos preços no mercado, e cada um mede um produto ou serviço diferente. A alta do preço da gasolina, por exemplo, irá atingir mais quem possui veículo e abastece seu carro periodicamente, já quem não utiliza carro não sentirá tanto. Mesma coisa é para quem mora de aluguel, sentirá mais quem mora de aluguel do que quem mora em casa própria.
Assim, cada índice usa no cálculo, faixas de renda diferentes, regiões diferentes, itens diferentes e até mesmo períodos diferentes. Isso faz com que cada medição seja realizada especificamente, tornando-se mais segura.
Entenda o que cada índice mede:
IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna): calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apura preços mensais do processo produtivo como matérias-primas agrícolas e industriais, produtos intermediários de bens e serviços finais e preços de construção. Também é utilizado para corrigir preços de telefonia.
IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado): verifica preço do comércio atacado, varejo e da construção civil, entre os dias 21 e 20 do mês seguinte. Também é usado na correção de contratos de aluguel e tarifas de serviços públicos.
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): calculado pelo IBGE, é o índice que aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de até 40 salários mínimos, das 11 principais regiões metropolitanas do país. São visitados mais de 28 mil comércios.
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): semelhante ao IPCA, a diferença é que o índice aponta a variação do custo de vida de famílias com renda de no máximo 5 salários mínimos, cujo rendimento é totalmente gasto em consumo corrente, como alimentação, remédios, etc.
IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal): preços de 388 itens são verificados a cada 10 dias por donas de casas treinadas, como produtos de limpeza, higiene e serviços; também é utilizado na captação de bens e serviços da cesta básica do IPC, por funcionários do FGV.
IPC – Fipe: semanalmente os preços de 468 itens consumidos por famílias com renda de até 10 salários mínimos na cidade de São Paulo.
Gráfico: como é calculado a inflação (IPCA)
260 PESQUISADORES DO IBGE LEVANTAM PREÇOS DE 22,5 MIL PRODUTOS PARA CHEGAR À TAXA DE CADA MÊS (FONTE: G1 ECONOMIA).
Histórico da Inflação
Se confirmada, inflação de 8,46% em 2015 (medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA) será a pior em 12 anos. Confira o histórico do indicador desde 2003:
CADERNO IBGE IPCA-INPC DE ABRIL DE 2015
Estimativa do mercado para Inflação (IPCA):
No último Boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira pelo Banco Central, o mercado estima uma elevação na taxa de inflação em 2015 de 8,29 para 8,46% (medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA).
Se confirmada, essa será a pior taxa dos últimos 12 anos, já que em 2003 o número registrado foi de 9,3%.
Para 2016 o mercado manteve a estimativa de 5,5% para a inflação (IPCA).
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