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  • Valemobi

O que é e como funciona o Mercado a Termo


Iniciaremos este artigo com uma analogia bem simples e de fácil assimilação: imagine que você vai até uma loja de eletrônicos, vê um Smartphone e se interessa pelo mesmo. Suponhamos que o preço à vista desse aparelho é de R$ 1.000,00, e no cheque para 90 dicas, R$ 1.100. Se você escolher comprar no cheque e ter 90 dias para pagar, você assume um compromisso de pagar para a loja daqui 3 meses. O mercado a termo é muito similar a essa situação.

Trazendo essa situação para o mercado de ações, o bem negociado são os papéis das companhias listadas na Bovespa e o valor pago a mais, para ter um prazo maior de pagamento, é os juros.

Um exemplo prático, seria a negociação de uma quantidade pré-estabelecida de ações da Vale (VALE5): a vista o papel da companhia está valendo hoje cerca de R$ 14, já no mercado a termo, esse mesmo papel seria negociado a R$ 14 + os juros (calculado entre o dia da negociação e o dia do vencimento do contrato).

A diferença entre a comparação Smartphone x ações, está na entrega da mercadoria negociada. Enquanto o aparelho você teria recebido na hora da compra, as ações são entregues apenas após o vencimento do contrato, ou seja, você só receberá as ações quando efetuar de fato o pagamento ao vendedor.

Como são negociadas as ações do mercado a termo?

As ações de mercado a termo podem ser negociadas no pregão normal ou pelo sistema eletrônico de negociação. Assim como o mercado a vista, as ações devem ser negociadas por intermédio de uma corretora.

Como são calculados os juros?

Atualmente, os juros são livremente fixados pelo mercado, ou seja, o vendedor poderá negociar seus papéis à taxa que melhor convir a ele e a seu comprador.

Rentabilidade

A rentabilidade desse tipo de operação é conhecida apenas no dia do vencimento do contrato, dependendo do desempenho dos papéis escolhidos no momento da operação. Se no caso das ações da Vale, os papéis tivessem se valorizado no período entre a operação e o vencimento do contrato, o comprador teria tido um lucro, afinal quando comprou o papel ele valia menos.

Depósito de garantia

Para realizar a compra a termo, o comprador é obrigado a depositar um valor como garantia no momento da operação na CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), órgão responsável pela liquidação e controle de riscos de todas as operações da Bolsa de Valores de São Paulo. Algumas corretoras, além da garantia paga à CBLC, podem exigir do comprador garantias adicionais, como forma de cobertura ou margem.

Prazos

O prazo pode ser escolhido livremente pelos investidores, dentro dos limites impostos pela Bovespa de no mínimo 16 dias e no máximo 999 dias corridos para cada contrato.

Liquidação

A liquidação pode acontecer no vencimento ou, caso prefira, o comprador poderá liquidar o contrato antes do vencimento.

Vantagens do mercado a termo

Aproveitar o preço: pode ser que um papel esteja num preço atrativo para o investidor, mas que no momento não dispõe de recursos disponíveis. A compra a termo dará a oportunidade de possuir aquele ativo no momento que acredita ser oportuno e o prazo suficiente para pagar seus investimentos.

Diversificar os riscos: o investidor pode usar o mercado a termo como forma de diminuir os riscos. Ao invés de comprar várias ações da mesma companhia, o comprador pode adquirir a termo os quatro papéis mais atrativos, e desembolsar apenas o valor da margem de garantia.

Obtenção de recursos - Operação Caixa: caso o investidor já tenha em sua carteira investimentos daquela operação que acredita ser atrativa a longo prazo, ele pode vendê-las no mercado à vista e imediatamente comprá-las no mercado a termo, assim, consegue reverter seus recursos em caixa.

Alavancagem: quando um investidor dispõe de certa quantidade de recursos naquele momento, ao comprar a termo, ele pode alavancar sua carteira comprando uma maior quantidade de ações, já que no mercado a vista a sua disponibilidade financeira não permitiria. Nesse tipo de operação aumenta a possibilidade de ganhos e os riscos também.

Exemplo de alavancagem no mercado a termo

Suponhamos que em janeiro de 2015, você esperava que cinco papéis teriam boas perspectivas para os próximos meses: VALE5, PETR3, SUZB5, JBS3 e ESTC3. E você tinha R$ 100.000 disponíveis para investir naquele momento.

Eram três as possibilidades: você aplicaria tudo num único papel; você aplicaria R$ 20.000 em cinco papéis diferentes no mercado à vista; ou compraria essas mesmas cinco ações no mercado a termo, investindo R$ 100.000 em cada.

Você analisou e vez sua escolha e em agosto de 2015 voltou para analisar qual foi seu retorno. Do início do ano até agosto, as ações analisadas tiveram o seguinte desempenho:

tabela ação desempenho YTD

Fonte: Investing.com - YTD

Retorno:

Opção 1: se você escolheu investir apenas em uma ação, pode ter tido a sorte de investir tudo na Suzano Papel (SUZB5), lucrando R$ 50.580,00 ou o azar de escolher a Estácio (ESTC3), perdendo R$ 44.750,00.

Opção 2: se você escolheu comprar cinco papéis no mercado à vista, dividindo em partes iguais de R$ 20.000, seu ganho foi de R$ 5.998,00.

Opção 3: agora, se você escolheu dividir e alavancar os retornos de sua análise investindo R$ 100.000 em cada um dos papéis no mercado a termo, pagando no momento da operação apenas o valor da garantia, seu lucro (os juros) foi de R$ 29,990.

Basta saber se a taxa negociada no contrato de compra e venda dos papéis no mercado a termo, foram tão atrativas quanto o retorno acumulado das ações adquiridas.

Bons Negócios!

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